segunda-feira, 14 de julho de 2014

Família Pesseghini usa web para tentar provar inocência de garoto


#COMENTÁRIO
Eis aí um daqueles casos policiais que chega-nos aos ouvidos e soam como encrencas mal solucionadas. Quatro pessoas são mortas com tiros de um canhão nas mãos de uma criança que, segundo os parentes e amigos da família, uma dócil criança tem um surto de maldade e insanidade e depois se mata também com o canhão.

Desconhecemos as provas e não nos interessam também conhecê-las, mas é muito estranho o fato de que quatro pessoas são assassinadas por um menor armado e ninguém toma qualquer atitude para impedi-lo. Temos que levar em conta que eram familiares.

E agora aparece essa estória da página na rede social Facebook. Estranho, não é?
Não deveriam ser reabertas essas investigações? Não tenho nada a ver com isso, mas essa estória não gera um desconforto em nossa cabeça?

#Disse

Carlos Leonardo
           





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ROGÉRIO PAGNAN - FOLHA DE SÃO PAULO - 14/07/2014  

A família do garoto Marcelo Pesseghini, suspeito de matar os pais, vai tentar utilizar uma página do Facebook como evidência de que o crime foi cometido por outra pessoa. O objetivo é fazer com que a Justiça determine a retomada das investigações. O pedido de reabertura será apresentado nesta segunda (14). A página é considerada uma evidência pela família porque ela foi criada para homenagear a memória do sargento da Rota Luis Marcelo Pesseghini, 40, pai do garoto, antes mesmo de os corpos terem sido encontrados, em 5 de agosto de 2013, segundo os registros da rede social. De acordo com a versão oficial, todos os cinco corpos só foram localizados na casa da família após as 18h, por um familiar e um policial militar amigo dos Pesseghini.

INDÍCIOS

A página, pelas informações do Facebook, foi criada às 16h48 do 5, mais de uma hora antes de testemunhas terem contato com os corpos. Para a advogada Roselle Soglio, contratada pelos avós paternos de Marcelinho para acompanhar as investigações, uma possibilidade seria que o garoto tivesse criado o site antes de cometer suicídio.
Os laudos periciais apontam, entretanto, que o computador da casa foi utilizado pela última vez às 18h03 do dia anterior, dia 4, quando a família ainda estaria viva. Além disso, fotos da família foram postadas depois que todos já haviam sido encontrados mortos, entre 20h50 e 21h34. A página foi atualizada até, pelo menos, 17 de agosto de 2013, inclusive com foto dos corpos. Em uma das postagens, há uma foto com a legenda: "Você acredita na versão da polícia para as mortes dos PMs e de toda a família em SP?". Na rede social, visitantes da página questionam, sem resposta, sua criação antes da notícia do crime. A Folha também tentou contato com o criador da página, mas não teve retorno.

INVESTIGAÇÕES

Soglio diz acreditar que que o verdadeiro assassino criou o site no Facebook com o objetivo de desafiar a polícia. "Tinha certeza da impunidade. Isso só mostra que esse caso não foi investigado como deveria." A Secretaria da Segurança Pública não soube explicar o fato. Diz, porém, que a explicação deve ser dada agora pela Justiça.
De acordo com a pasta, para saber como o conteúdo foi gerado, seria necessário rastrear o IP (espécie de endereço do computador) do usuário que o inseriu na rede social. "O inquérito policial, no entanto, já foi
relatado, cabendo ao Poder Judiciário qualquer manifestação relativa ao caso", diz a secretaria. O Ministério Público informou que o promotor Daniel Tosta Freitas, responsável pelo pedido de arquivamento das investigações, está em férias, e um novo promotor ainda não havia sido designado. O pedido de arquivamento se baseia na investigação da Polícia Civil que concluiu, em maio, que o garoto matou a família depois se suicidou. De acordo com a polícia, todas as provas obtidas e testemunhas ouvidas no inquérito apontam para o menino como o autor da morte dos parentes e da própria morte. A família, desde o início, diz nunca ter acreditado nessa versão. Diz que Marcelo seria incapaz desse crime, até porque amava a família. 

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