quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Comitê da OMS aprova uso de medicação experimental contra ebola

O ebola é uma doença grave, que mata em 90% dos casos, e para a qual não existe tratamento; na foto, crianças aguardam liberação de corpo de parente morto, no antigo Zaire

Comitê da OMS aprova uso de medicação experimental contra ebola

#COMENTÁRIO

Diante da situação que se encontram os infectados, face a não tomada de providências no desenvolvimento medicinal, durante esse período de tempo desde 1976 quando houve o primeiro surto, é aceitável que se use essas vacinas sem teste, sem garantia. Afinal, as chances de cura para essas pessoas são baixíssimas.
É um precedente que se abre e que pode trazer muito risco à população mundial, se tornada uso corriqueiro.
A aplicação em pacientes infectados deve ser obrigatoriamente, precedido de minuciosa explicação dos riscos e chances de seu uso, diretamente ao paciente. Ele deve optar de livre decisão considerando suas chances de vida sem a aplicação dessa medicação experimental.

#Disse

Carlos Leonardo



#CONVITE
- O que você acha dessa atitude da OMS?
- E essa exceção à regra de saúde, acha-a válida?
Dê sua opinião (clique no título da matéria para comentar).



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O Comitê de Ética da Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou em uma reunião na segunda-feira (11) o uso de tratamentos não homologados para lutar contra a febre hemorrágica do ebola, segundo um comunicado divulgado nesta terça-feira (12). "Diante das circunstâncias da epidemia e sob certas condições, o comitê concluiu que é ético oferecer tratamentos – cuja eficácia ainda não foi demonstrada, assim como os efeitos colaterais – como potencial tratamento ou de caráter preventivo", afirma a nota da OMS. Até o momento não existe nenhum tratamento licenciado ou vacina contra o vírus ebola. O uso do medicamento experimental ZMapp em dois americanos e um padre espanhol – que faleceu nesta terça-feira em Madri – infectados com o vírus quando trabalhavam na África provocou um intenso debate ético.
O medicamento, do qual existe pouca quantidade, parece apresentar resultados promissores nos dois americanos, embora não tenha salvado o espanhol. A droga experimental deve ser enviada a dois médicos da Libéria depois que as autoridades dos Estados Unidos aprovaram sua exportação, segundo o governo disse na terça-feira.
A empresa americana Mapp Biopharmaceutical, que produz o medicamento, informou na segunda-feira que enviou o estoque para o oeste da África. "É provável que o número de doses disponíveis para um estudo mais aprofundado ou para implantação no final de 2014 continuará a ser insuficiente para atender a demanda", disse o comunicado.
Em suas conclusões, os especialistas consideraram que as circunstâncias são excepcionais e que o uso de remédios que ainda estão em desenvolvimento nos laboratórios pode ser justificada, sempre e quando seguir critérios éticos.
"Surtos de ebola pode ser contidos por meio de intervenções disponíveis, como a detecção precoce e isolamento, rastreamento de contato e monitoramento, e adesão a procedimentos rigorosos de controle de infecção", disse o Comitê. "No entanto, um tratamento ou vacina seria um trunfo poderoso para combater o vírus."

EPIDEMIA
Médicos de todo o mundo participaram nos debates da OMS na segunda-feira em Genebra sobre o uso de tratamentos não homologados.
O comitê condicionou o uso dos tratamentos a uma "transparência absoluta sobre os cuidados, a um consentimento informado, à liberdade de escolha, à confidencialidade, ao respeito das pessoas e a preservação da dignidade e a implicação das comunidades". Também estabeleceu "a obrigação moral de obter e compartilhar as informações sobre segurança e eficácia das intervenções", que devem ser objeto de avaliação constante.
A África Ocidental vive o maior surto de ebola desde que a doença foi descoberta em 1976, com a grande maioria das vítimas registradas em três países: Guiné, Libéria e Serra Leoa. O número de mortes provocadas pelo vírus ebola superou a barreira de mil, com 1.013 óbitos e 1.848 casos registrados, segundo o balanço mais recente da OMS, divulgado nesta terça, que não conta com a morte do missionário espanhol.
Entre 7 e 9 de agosto, 11 novos casos e sete mortes foram registrados na Guiné, 45 novos casos e 29 mortes na Libéria, assim como 13 novos casos e um óbito em Serra Leoa. Nenhum caso foi registrado no período na Nigéria, o quarto país afetado pelo vírus, embora o governo tenha anunciado na segunda que o número de casos subiu de sete para dez, com duas mortes registradas. A nova epidemia da doença na África Ocidental levou a OMS a decretar uma emergência de saúde pública mundial.

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