segunda-feira, 18 de agosto de 2014

O desafio iminente da sustentabilidade



#COMENTÁRIO

Esta é a urgência que se apresenta com maior proximidade a nós. Nossos lixos gerados e entregues de maneira desordenada, misturada. Temos que ter consciência de que cada sacolinha cheia de lixo que entregamos ao serviço de coleta representa um aumento da grande carência de processos por trás do ato de retirar de nossa casa.

Até hoje, estes resíduos têm sido empilhados e compactados em terrenos baldios formando assim bolsões de formação de gases incendiários. Desconsiderando o tempo a ser decorrido para reutilização desse terreno, há ainda a contaminação das áreas próximas e dos ribeirinhos que vão formar grandes rios, quando da existência de chuvas.

Em cidades maiores do interior, isso já não é mais possível, e para atender às suas necessidades, se utilizam de terrenos em municípios menores nas circunvizinhanças, pagando-se por isso. Prefeituras carentes de verba aceitam o depósito desses resíduos sem sequer analisar o risco à saúde de seus munícipes, à contaminação de seu solo, de seus rios.

Em países mais desenvolvidos esse serviço tem um caráter colaborativo entre a administração pública e os munícipes. Há toda uma constante evolução industrial se desenvolvendo com a finalidade de encontrar um meio mais seguro retornar a parte não reutilizável desses resíduos à natureza. As coletas são feitas com base na prévia separação do lixo gerado pelas famílias ou indústrias. O nosso problema é que ainda jogamos embalagens e bitucas de cigarro em pleno leito carroçável em todas cidades braslieiras...








#Disse

Carlos Leonardo



#CONVITE

Nós estamos preparados para partimos para uma política real de sustentabilidade?

Dê sua opinião (clique no título da matéria para comentar).




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Ariovaldo Caodaglio*

O fato de numerosos municípios brasileiros não terem erradicado os lixões até 2 de agosto último, descumprindo o prazo estabelecido pela Lei 12.305, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, deixa em aberto um grande desafio ambiental. É muito importante acelerar o processo para recuperar esse atraso, considerando o significado da medida para a qualidade da vida. Além disso, verificam-se avanços significativos nos serviços de limpeza pública e coleta, que precisam ser devidamente acompanhados na ponta da deposição final. Um exemplo dessa melhoria observou-se por ocasião da Copa do Mundo. Em todo o país, estima-se que foram geradas 15 mil toneladas adicionais de resíduos sólidos urbanos, incluindo o total inerente ao turismo, estádios e Fan Fests nas cidades-sede.
Felizmente, essa grande demanda extraordinária foi atendida com eficácia, como se observa em alguns casos pontuais. As partidas realizadas na arena Mané Garrincha, no Distrito Federal, resultaram em mais de 43 toneladas. As cidades em que se estima maior geração total são Brasília (1.827,66 toneladas), São Paulo (1.681,20), Rio de Janeiro (1.616,63) e Fortaleza (1.467,16). A Vila Madalena, bairro da capital paulista que apresenta concentração de milhares de pessoas, incluindo torcedores estrangeiros, nos dias de jogo foi recoberta de resíduos após as partidas. Porém, os serviços de limpeza e coleta restabeleceram com agilidade a sua limpeza. Este caso específico de São Paulo é emblemático, pois na cidade já não existem lixões. Todo o rejeito tem sua disposição final em aterros sanitários, como define a Política Nacional de Resíduos Sólidos. O município aprovou no início de 2014 seu Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, que se encontra em execução e tem total aderência à Lei Federal de Saneamento Básico e às políticas nacionais da área; Mudanças do Clima; e Educação Ambiental. Dentre as medidas previstas, destacam-se: construção de aterros sanitários, estações de transbordo e ecopontos; expansão da coleta seletiva e de estações de triagem; e projetos-pilotos de compostagem doméstica.

Avanços tecnológicos disponibilizados pelas empresas concessionárias dos serviços de limpeza e coleta alinham a cidade ao que há de mais moderno. Incluem-se nisso equipamentos como uma estação de transbordo que opera à pressão negativa, garantindo o total tratamento do ar que vai para o entorno, e projetos-pilotos de coleta mecanizada subterrânea e de superfície, com os mesmos equipamentos utilizados em Barcelona, na Espanha. Recentemente, inaugurou-se a primeira Central Mecanizada de Triagem, que traz ao país a mais avançada tecnologia hoje disponível (alemã, francesa e espanhola) para otimizar a reciclagem. É preciso disseminar esses avanços por todo o Brasil e agilizar a erradicação dos lixões recuperando-se o tempo perdido. Tais providências garantirão um grande avanço na área ambiental e melhoria das condições da vida nos centros urbanos. No tocante aos resíduos sólidos, já vencemos alguns desafios, mas precisamos recuperar o tempo perdido com o descumprimento do que estabelece a Política Nacional de Resíduos sólidos. *Ariovaldo Caodaglio, cientista social, biólogo, estatístico e pós-graduado em meio ambiente, é presidente do Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana no Estado de São Paulo.

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