quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Cada vez mais manifestantes nas ruas de Hong Kong


Mundo


Cerimônia de comemoração dos 65 anos da República Popular da China em Hong Kong: um guarda-chuva amarelo lembrou os protestos 


#COMENTÁRIO

Uma onda nova está se formando, crescendo a cada dia mais e mais. Legítima reivindicação que representa um anseio de um povo que compra a ideia de garotos que corajosamente peitaram o potentado chinês. A tendência é desse levante popular tomar corpo cada vez maior com a adesão das classes de poder em Hong Kong.
O estado chinês estará entre a cruz e a espada diante do mundo porque uma vez prometida manutenção da liberdade nas eleições ele não pode agora lembrar que tem atrás de si uma nação com mais de um bilhão de habitantes que vivem sob um regime fechado e totalmente dependente das vontades do governo, e querer impor uma pseudo-liberdade de ações ao povo chinês de Hong Kong.
Essa situação governamental legitima a reação da população da ilha que vê seus direitos de liberdade ser usurpados pelas forças da cúpula da república chinesa.
O mais interessante e que pode servir de exemplo a muitos é a representatividade de todo esse movimento popular na pessoa de Joshua Wong, um garoto estudante de dezessete anos apenas.

#Disse

Carlos Leonardo



#CONVITE

O movimento Occupy Central pode ser comparado aos Caras Pintadas?

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MARIA JOÃO GUIMARÃES - 01/10/2014

Activistas esperam que durante o feriado haja cem mil pessoas nas ruas da cidade.

A bandeira chinesa foi hasteada em Hong Kong numa cerimónia cuidadosamente coreografada e sem qualquer perturbação, enquanto nas ruas os mais ordeiros protestos de sempre viam chegar cada vez mais pessoas.
“Estudantes, banqueiros, lojistas, milionários… Fico constantemente surpreendida com a força das convicções e a profundidade do apoio do público em geral. Espero que alguém esteja a dizer a Xi Jiping a verdade sobre o que ele está a enfrentar”, disse Carrie Grace, da BBC, depois de um dia entre os manifestantes.
À medida que avançava o dia feriado, a multidão nas ruas tornava-se mais variada: além das caras muito novas dos estudantes, apareciam famílias, algumas com bebés, o que mudava a atmosfera dos protestos. 
A expectativa era de um grande crescimento das multidões. “Acho que vai aparecer um número enorme de pessoas, mais de 100 mil”, dizia o activista do Occupy Central, Ed Chin à agência AFP.
Os activistas querem eleições por sufrágio directo universal em Hong Kong, como foi prometido no tratado de devolução da região pelo Reino Unido à China em 1997, e não com os candidatos à chefia do Executivo vetados antes por Pequim, que, segundo os planos actuais, seleccionará três nomes para a votação em 2017. Os manifestantes pedem ainda a demissão do chefe de Executivo de Hong Kong, Leung Chun-ying, figura particularmente detestada.
Leung participou nas cerimónias do dia nacional, que marca a fundação da República Popular da China pelo Partido Comunista Chinês, bem cedo, e disse que Hong Kong deveria trabalhar com Pequim para “conseguir progresso”.
Dizendo que apesar de haver ideias diferentes do que seria “um pacote de reformas desejável”, era melhor ter o direito de votar do que não ter. “Esperamos que todos os sectores da comunidade trabalhem com o Governo de um modo pacífico, legal, racional e pragmático para dar um grande passo em frente no nosso desenvolvimento constitucional”, disse.
Apenas se viu um sinal dos protestos na cerimónia: muito atrás na assistência, um guarda-chuva amarelo, levado por um representante local, e outra política local foi vestida de amarelo. O guarda-chuva é o símbolo dos protestos, e o amarelo é a cor usada pelos activistas em fitas nos pulsos ou laços na lapela.

Poucas cedências, pouca interferência
O braço de ferro entre manifestantes e autoridades mantém-se. Enquanto protestos anteriores em Hong Kong já resultaram em alterações de medidas polémicas (um projecto de segurança nacional que diminuía liberdades em 2003 e um plano de educação que relativizava Tiananmen e a Revolução Cultural em 2012 foram suspensos ou alterados), Pequim não quer dar sinais de fraqueza. 
O medo de contágio de protestos para outras cidades chinesas será uma das razões para que Pequim não recue nas suas propostas de selecção dos candidatos. O nervosismo das autoridades pode ver-se no esforço para censurar notícias dos protestos no resto da China. Os media oficiais repetem que há incidentes obra de uns quantos opositores radicais, e palavras como Hong Kong, barricadas, Occupy e ainda guarda-chuva foram bloqueadas no maior site de microblogging do país. Já houve também detenções de activistas — Wang Long, em Shenzen, por ter posto uma notícia sobre os protestos numa rede social, e Shen Yanqiu, em Xangai, por ter posto fotografias da cabeça rapada, que seria um símbolo de apoio aos manifestantes de Hong Kong, e ter uma t-shirt com a frase “Quando o povo teme o Governo, há tirania”, segundo escreve o diário norte-americano New York Times.
A Amnistia Internacional nota que mais de 20 activistas chineses apoiando reivindicações democráticas foram detidos na China continental, e 60 pessoas estavam a ser interrogadas pelas autoridades.  
Por outro lado, as autoridades não têm como tirar os manifestantes das ruas sem grande violência, e a amostra de uso de gás lacrimogéneo, gás pimenta e cargas policiais no domingo resultou no efeito contrário, que foi levar ainda mais pessoas às ruas e mostrar que a força não seria o modo de suprimir os protestos. A polícia antimotim foi entretanto retirada da rua.

Outro motivo para a não-interferência é a importância de Hong Kong como centro financeiro na China, e palco de experiências no mercado de capitais que as autoridades não se atrevem a fazer noutras cidades, diz o jornal norte-americano Wall Street Journal. “Querem acabar com os protestos, mas sinais de interferência no sistema legal da cidade podem afastar empresas financeiras estrangeiras para outros centros como Singapura”, explicou Julian Evans-Pritchard, da empresa londrina Capital Economics.

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