Sociedade
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#COMENTÁRIO
Deveríamos estar preocupados com esses
números. Uma análise mais aprofundada faz-se necessária e apresentação de suposições
como justificativas, não levam a nada. Não acredito que salários possam ser
considerados como causa principal para essa diminuição de formandos, muito
provavelmente outros fatores contribuíram para isso. O alto custo de um curso
de medicina inviabiliza a aceitação por famílias não tão abastadas, mesmo nas
universidades gratuitas, o custo final com livros e equipamentos é impraticável,
por outro lado para os formandos na área de educação, os problemas são outros, o
sistema de ensino não é incentivador, os constantes casos de agressão a
professores, o desrespeito ao profissional pelas famílias.
Soma-se a tudo isso os problemas de
colocação de trabalho e consequentemente a remuneração muito baixa. Nos estados
mais desenvolvidos, onde rondam as melhores rendas per-capita, as vagas são
raras e quase sempre são em caráter substitutivo. Restam então somente as
oportunidades ofertadas em rincões distantes da civilização moderna, onde ainda
se trocam consulta por galinhas, onde se pagam professores tal mal, mas tão mal
que poucos conseguem sobreviver dando aulas...
Talvez seja este o caminho a ser
rastreado...
#Disse
Carlos Leonardo
Fonte: Folha
de São Paulo
#CONVITE
O que você acha dessa desaceleração de
formandos?
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THAIS BILENKY - DE SÃO
PAULO - 13/10/2014
A queda inédita no número de alunos formados no
ensino superior em 2013 acentuou o deficit de profissionais que o país enfrenta
nas áreas de saúde e educação.
Cursos como enfermagem, farmácia e odontologia
entregaram 13,4% menos diplomas em 2013 em comparação com 2012. Em cursos de
formação de professores, verificou-se uma baixa de 10%.
Em ambas as áreas, a redução de estudantes que
concluíram o ensino superior foi maior do que a média de 5,65% de todos os
cursos.
Em 2012, foram entregues 1,05 milhão de diplomas;
no ano passado, 991 mil, de acordo com o censo apresentado pelo Ministério da
Educação em setembro.
Foi a primeira vez que caiu o número de formandos
desde 2002, quando teve início a série histórica.
O MEC (Ministério da Educação) afirma que a queda
se deve a ações de fiscalização em faculdades, entre outros motivos.
Especialistas apontam como fatores de desestímulo
para a formação em saúde e educação baixos salários e estrutura e gestão
precárias, principalmente em cidades do interior do país.
MENOS PROFESSORES
O MEC (Ministério da Educação) informa o número de
concluintes por áreas, e não por cursos, seguindo o padrão da OCDE (Organização
para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
A área de saúde e bem-estar abrange graduação em
medicina, enfermagem, farmácia e odontologia, entre outras. No ano passado,
voltou ao patamar de 2009 com cerca de 140 mil diplomas. Em 2012, a área havia
computado 162 mil graduados.
Segundo o pesquisador Ronaldo Mota, secretário de
ensino superior do MEC entre 2007 e 2008, estudantes de medicina não costumam
deixar o curso, mas o processo é mais frequente em graduações como enfermagem,
fonoaudiologia e fisioterapia.
A área de educação já tinha apresentado redução de
6,37% no número de graduados de 2011 para 2012. Em 2013, houve nova queda,
desta vez de 10% – de 223 mil diplomas para 201 mil.
"É preocupante. O Brasil não tem nenhuma
possibilidade de desenvolvimento sem um número de profissionais com curso
superior muito acima do que tem hoje. É um país não competitivo internacionalmente",
diz Mota, atual reitor da universidade particular Estácio de Sá.
GARGALO
O principal gargalo para a expansão da educação
superior está na baixa qualidade do ensino médio, concordam especialistas.
Menos concorrida, a área de educação é a porta de
entrada "mais fácil" para estudantes com histórico escolar
"frágil" e restrições socioeconômicas, afirma Mozart Neves Ramos,
integrante do Conselho Nacional de Educação.
"Apesar do brilho nos olhos, os meninos chegam
com muitas deficiências", diz.
Os cursos de licenciatura são, em geral, noturnos,
permitindo o trabalho durante o dia. Para Neves, ao enfrentarem dificuldades
curriculares já nos primeiros anos de faculdade, os alunos desistem.
PRIVADAS
Com 77% dos alunos formados, a rede privada liderou
a baixa de diplomas, com queda de 6,3% em relação a 2012. As instituições
públicas tiveram redução de 3,48%.
No ensino à distância, que formou cerca de 15% dos
alunos no ensino superior, ocorreu o oposto. Enquanto a rede pública entregou
34,5% menos diplomas no ano passado, a privada manteve-se praticamente estável.
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