terça-feira, 11 de novembro de 2014

“Academia terapêutica” para idosos e lesionados proliferam em SP


Cotidiano

Heloísa Fleury, 62, que buscou em academia terapêutica de Higienópolis uma saída para sua dor lombar 



#COMENTÁRIO

Um novo nicho de mercado está surgindo de uma maneira muito interessante. Inicialmente, ele vem atender a necessidades que até agora eram consideradas exclusivas de práticas médicas. A recuperação e tratamento muscular de idosos sempre foi um desafio para as clínicas médicas por tratarem essas necessidades com as tarjas de jalecos brancos. Com o desenvolvimento desse processo através de academias particulares, retira-se a exclusividade dos jalecos brancos e passa a ter um caráter mais social, mais esportista e menos médicos.
Logicamente os acompanhamentos médicos para os exercícios não podem em hipótese alguma ser deixados de lado, e esse é grande problema que deverá aparecer com o decorrer do tempo e a popularização da ideia. Infelizmente no Brasil as coisas começam de uma maneira muito correta e atendendo as normas exigidas, mas com o decorrer do tempo, vai se relaxando as relações entre a entidade prestadora dos serviços e o próprio usuário. Aí é que as coisas devem ser muito bem controladas e acompanhadas pelas entidades médicas reguladoras.

#Disse

Carlos Leonardo



#CONVITE

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 Sebastião Costa, 66, que tinha dor na coluna cervical faz musculação em academia terapêutica


GABRIEL ALVES - DE SÃO PAULO - 11/11/2014

Música alta e corpos sarados? Não nestas academias, que estão mais preocupadas em tratar lesões e em envelhecer com bem-estar. Voltadas para idosos e para pacientes em tratamento de lesões, as "academias terapêuticas", como são chamadas por seus donos, começam a surgir em São Paulo. Heloísa Fleury, 62, é uma cliente. Antes de entrar na B-active, em Higienópolis, zona oeste de São Paulo, sentia dores na coluna lombar. "Precisava ganhar massa muscular", afirma ela. As dores desapareceram. A finalidade estética, embora presente, fica em segundo plano nas academias terapêuticas. Isso porque um dos processos que ocorrem com o envelhecimento é o desgaste das articulações. Daí surgem as dores que tanto incomodam os idosos. A alternativa que resta para frear o desgaste das articulações, que gera a dor, é justamente o fortalecimento dos músculos, diz o ortopedista Benjamin Apter, dono da B-active, que já conta com cinco unidades na cidade. O médico defende que os pacientes evoluam, após a fisioterapia, para a musculação terapêutica, que teria resultado mais expressivo.

APARELHOS
Várias dessas academias têm aparelhos especiais, projetados para reduzir o nível de esforço necessário no começo e no fim do movimento, momentos em que o risco de agravamento de lesões é mais crítico. O fisiatra e reumatologista José Maria Santarém, proprietário do Instituto Biodelta, centro de ensino e pesquisa que também conta com uma academia, foi um dos pioneiros no ramo de academias terapêuticas e projetou ele mesmo vários desses aparelhos.
A analista de RH Jeni Idy, 53, realizou toda sua reabilitação em uma das academias que utilizam esses aparelhos, a CQV, na Vila Mariana em São Paulo. Antes de chegar na musculação, passou por hidroterapia e RPG. Ela avalia que a dor, antes constante, hoje "aparece raramente". Caso semelhante ocorreu com o engenheiro Sebastião Costa, 66, que procurou a academia para tratar um problema na coluna cervical. Segundo Santarém, esses equipamentos especiais não são mais caros do que os tradicionais. "Eles também podem ser utilizados por esportistas", afirma.

MERCADO
Os empresários do setor apontam que o mercado de pacientes e idosos é a próxima fronteira na expansão das academias – no fim de outubro, uma pesquisa do Ministério da Saúde mostrou que já há mais brasileiros praticando a musculação do que jogando futebol. "Já existem academias para mulheres, para crianças e para a classe C – a "smart", que custa menos. Por que não ter uma para a terceira idade?", indaga Waldyr Soares, empresário no mercado de fitness há mais de 30 anos. Ele lembra que o Brasil passa por um processo de envelhecimento da população. "A demanda é real. É um segmento que chega muito forte." Para ele, as grandes redes de academias ainda não conseguiram entender e explorar bem esse nicho. Um problema das academias especializadas ainda é o preço. Na CQV, na Biodelta e na B-active, duas aulas semanais (de 1h) custam cerca de R$ 300 por mês. Entre os mais pobres, políticas públicas têm também estimulado a demanda. No Estado de São Paulo, por exemplo, o Cartão VidAtiva, criado no fim de 2013, oferece a idosos que ganham até três salários mínimos R$ 57 por mês para gastar em uma das 130 academias cadastradas. Há hoje 3.340 beneficiados. Um benefício das academias é que elas são também local de interação social. "Tem até paquera na terceira idade", conta Santarém. 


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