segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Ciúme doentio: Você sofre da síndrome de Otelo?


Cotidiano





#COMENTÁRIO

Não há quem não conheça os efeitos desse mal... Uma situação gostosa, um dia gostoso, um momento gostoso e de repente, aquela demonstração animalesca, irracional, que passa a nós uma sensação que vai de raiva a medo, um ataque de ciúmes normalmente infundados. Tudo se transforma a começar pelo ambiente, as belezas somem e dão lugar a um sentimento de vazio, de tristeza profunda, de impotência... Nunca conheci alguém com ciúmes extremos, mas o pouco que vi, deixa quem está de fora do problema numa situação desconfortável, com uma vontade muito grande de interferir, mas no fundo sabemos que só iremos atrapalhar a ambos, complicar uma situação que já não é boa. É muito desagradável presenciar uma cena assim, fazer parte dela então é muito pior. Todos já passaram por momentos rompantes de ciúmes infundados e que causaram problemas difíceis de serem contornados posteriormente. Às vezes uma relação a dois pode ser terminantemente abalada e até extinta por momentos bobos infundados ou não, mas a reação à notícia é extremamente agressiva e arranha a outra pessoa profundamente, sejam em laços amorosos ou profissionais.

#Disse

Carlos Leonardo

Fonte: R7.com


#CONVITE

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"A mulher mais ciumenta do mundo" virou notícia nos jornais britânicos na última semana por submeter seu marido a testes em um detector de mentiras toda vez que ele chega em casa.

O ciúme de Debbi Wood, de 31 anos, é patológico e ela foi diagnosticada com "síndrome de Otelo".
O nome é inspirado na famosa obra de Shakespeare, Otelo - na qual o personagem principal, possuído por um ciúme doentio, mata sua esposa, Desdêmona. As pessoas que têm síndrome de Otelo sofrem com o delírio de que seus parceiros ou parceiras são infiéis. "A pessoa fica obcecada com a ideia de traição e infidelidade e tenta fazer de tudo para buscar provas que mostrem que ela está certa", explicou à BBC o psiquiatra Walter Ghedin.
"Por exemplo, ela tenta fuçar no computador ou no celular do parceiro ou se mostra violenta, humilhando o outro."

Casos extremos
Em casos extremos, a pessoa que sofre com o transtorno pode chegar a matar o objeto de seu ciúme.
"Quando se chega ao homicídio é porque existe outro tipo de personalidade patológica, que se desenvolve a partir de uma paranóia ou em um ciúme delirante", diz o especialista. Segundo Ghedin, há casos em que o ciúme é reforçado pela influência de terceiras pessoas. Ele lembra que na obra de Shakespeare, Yago ajudou a convencer Otelo que Desdêmona seria infiel. "As pessoas ciumentas podem ser influenciadas pelas opiniões de outras pessoas - ou pelos meios de comunicação", diz o psiquiatra. Segundo o especialista, a melhor forma de tratar a síndrome de Otelo é buscar ajuda o quanto antes e entender as causas do problema.
A psicoterapia seria uma grande ajuda e, nos casos extremos, se recomenda medicação. "Em alguns pacientes a ideia de infidelidade é tão forte, tão recorrente no pensamento, que altera as relações com outras pessoas. Nesses casos, uma medicação pode atenuar a intensidade dessa ideia fixa", diz Ghedin.

Tipos de ciúme
O ciúme só é considerado um distúrbio psiquiátrico quando domina as pessoas e altera drasticamente suas vidas.
Segundo Ghedin, há quatro tipos de ciúmes:
- Reação emocional normal: trata-se de um sentimento transitório, que não condiciona a vida de quem o sente.
- Reação emocional desmedida: afeta sobretudo as relações amorosas. Pode ou não ter sido precedida de situações de infidelidade
- Ciúme como traço distinto da personalidade: típico dos que têm personalidade desconfiada. O ciúme afeta todas as áreas da vida de uma pessoa: família, amor e relações de trabalho. Em geral é característico de pessoas calculistas, que veem ameaças onde elas não existem e estão convencidas de que seu ponto de vista é uma verdade indiscutível. Está ligado ao chamado Transtorno Paranoico de Personalidade.
- Síndrome de Otelo: como dito anteriormente, um distúrbio caracterizado por pensamentos delirantes de ciúme. O delírio que alimenta o ciúme pode ser parte de um transtorno crônico ou paranóia, mas também pode indicar um quadro de demência por deterioração do córtex cerebral ou de alcoolismo crônico.

Homens
A síndrome de Otelo é mais comum em homens do que em mulheres. Segundo Ghedin, isso acontece por razões psicológicas e culturais. No homem, "o apego real e simbólico à figura da mãe" atuaria inconscientemente gerando sentimentos "ambivalentes" de amor e ódio com relação a outras mulheres. No que diz respeito a influência da cultura, segundo o psiquiatra, o problema é que em muitas sociedades ainda é forte a ideia de poder e dominação dos homens sobre as mulheres. Como resultado, alguns homens esperam que suas companheiras se submetam a suas regras e qualquer conduta de autonomia é vista como suspeita.


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