sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Confusão provoca inquérito sobre ida de jovens brasileiros à Venezuela


Mundo






#COMENTÁRIO

È outra lambança internacional à vista ou fumaça no ar anunciando problemas? Imagine só a saia justa que se mete o Supremo Tribunal Federal ao questionar e pedir informações oficiais sobre atos internos ocorridos na Venezuela. Se por um lado o STF faz muito bem de levantar hipóteses, uma vez que o relacionamento Brasil/Venezuela normalmente é visto como um problema futuro pelos interesses e intenções não democráticas disfarçadas que estão se desenrolando nestes dois países, por outro lado, pode muito bem se tratar de ação exclusiva com cidadãos venezuelanos de Sucre. Se essa segunda hipótese for a verdadeira, teremos certamente problemas de inferência em atitudes internas de outro país (irmão?) e isso é caso de se passar por cima das leis de soberania do país. Isso poder considerada agressão internacional e pode vir a criar problemas sérios de relacionamento entre os dois países.
Como se diria, “Take it ease, gentlemen”.

#Disse

Carlos Leonardo

                 

#CONVITE

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SAMY ADGHIRNI – CARACAS - 28/11/2014

Um inquérito do Ministério Público Federal de Goiás para apurar suposto recrutamento ideológico de menores brasileiros pela Venezuela foi provavelmente aberto por um erro de interpretação sobre o significado da palavra "Brasil".
No dia 17 de novembro, o procurador Ailton Benedito de Souza assinou sindicância "para apurar ações ou omissões ilícitas da União, relativamente às condutas praticadas pelo governo venezuelano, ao levar, desde 2011, crianças e adolescentes brasileiros à Venezuela, com o fim de transmitir conhecimentos relativos à 'revolução bolivariana'".
O texto diz que "Brigadas Populares de Comunicação contam com a participação de 26 crianças e adolescentes da comunidade do Brasil".
O inquérito, que gerou debate em blogs políticos e redes sociais, menciona, porém, comunicado do site do Ministério das Comunas e Movimentos Sociais da Venezuela de março de 2011.
O texto chegou agora às mãos do procurador goiano e o levou a pedir a investigação – embora Goiás não tenha elo direto com a questão.
O comunicado venezuelano fala da comunidade "de" Brasil – uma localidade com o mesmo nome, mas nenhuma relação, com nosso país.
"Com a participação de 26 meninos, meninas e adolescentes da comunidade de Brasil, no Estado Sucre, e durante uma semana, formou-se a Brigada da Comunicação Popular [que irá] transmitir tudo aquilo relacionado com os avanços em matéria infantojuvenil que a revolução bolivariana leva adiante", diz o texto do site do Ministério das Comunas.
As brigadas são um tipo de curso de jornalismo comunitário e propaganda oficial.
A comunidade de Brasil é um bairro popular situado na cidade de Cumaná, no Estado de Sucre, 400 km a oeste de Caracas. "A comunidade Brasil não tem nada a ver com o país Brasil nem é conhecida por abrigar comunidade brasileira", disse em entrevista à Folha, por telefone, uma moradora de Cumaná.
A procuradoria estipulou prazo de dez dias para que o Itamaraty comunicasse a identidade dos jovens supostamente levados para a Venezuela e fornecesse informações sobre possível rede de tráfico humano.
O prazo venceu nesta quinta-feira, mas o Itamaraty diz não ter recebido ofício da Procuradoria da República.
A suspeita acirrou ânimos no Brasil por surgir no rastro do episódio da babá da família do ministro venezuelano das Comunas, Elías Jaua, que foi presa no mês passado no aeroporto internacional de Guarulhos (São Paulo) com um revólver na mala.
Jaua disse que a arma era sua e estava na mala da babá por engano. O episódio irritou o Itamaraty, que não havia sido informado da visita.

OUTRO LADO
O Ministério Público de Goiás afirma que a sindicância tem o objetivo de levantar informações sobre uma suspeita e que não se trata de uma investigação – embora o pedido feito ao Itamaraty não contenha essa ressalva.
"O MPF/GO não está afirmando ou deixando de afirmar que houve, de fato, o recrutamento de jovens brasileiros à Venezuela", disse a assessoria de comunicação da Procuradoria em e-mail. "O que se busca, de início, é exatamente verificar a verossimilhança de notícia nesse sentido, trazida ao conhecimento do MPF/GO", diz o comunicado.
O MP diz que o pedido enviado ao Itamaraty é apenas uma "requisição preliminar" pedindo esclarecimentos.

O ministro das Comunas, Elias Jaua, foi procurado, mas não atendeu à reportagem. 

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