terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Famílias terão começo de ano mais justo


Cotidiano
  


Apenas uma reflexão...

#COMENTÁRIO

Estava eu há uns dias atrás conversando com meu filho de mais de trinta anos de idade, profissionalmente bem encaminhado na vida, culturalmente evoluído, falava a ele sobre minha preocupação com a chegada do ano novo (dois mil e quinze), sobre a provável inflação que começa a mostrar a cara.  E ele contra-argumentava que minha suposição era simplesmente ridícula e quase improvável. Tentei dar-lhe amostras de como era difícil conviver com uma inflação que corroia nosso salário diariamente, como supermercados remarcavam os preços de manhã e à tarde, de como itens simplesmente sumiam de prateleiras de uma hora para outra, de como o salário durava cada vez menos em relação ao mês trabalhado, mesmo com o gatilho acionado mês a mês.
O que mais me assustava nessa conversa é de que quanto mais eu falava sobre os possíveis problemas, mais eu lia em seus olhos uma descrença sobre os fatos, a certeza de que eu exagerava nos relatos. E o pior, dentro de sua visão de esquerdista, ele afirmava com toda sua certeza, que isso seria impossível voltar a ocorrer, a equipe econômica tomaria todas as providências para contenção do processo. Essa conversa durou muito tempo entre argumentações e contra-argumentações, sem se chegar a um consenso.
E agora quieto em meu canto e escrevendo isso fico pensando: - “Como uma geração toda pode ignorar os riscos e sofrimentos ocasionados por desmandos governamentais. Como podem continuar a responsabilizar o tempo de validade de um plano econômico que freou o sistema inflacionário brasileiro e doze anos depois de mandato, não tomaram qualquer providência para contenção do que está por vir? E ainda acreditam que nada disso acontecerá?”

#Disse

Carlos Leonardo



#CONVITEAPROSA

Será preciso novamente viver na pele os problemas da inflação para podermos lutar contra?

Dê sua opinião (clique no título da matéria para comentar).




JOANA CUNHA - DE SÃO PAULO - 29/12/2014

O consultor de TI Felipe Frederigh, 36, e sua mulher, a arquiteta Taianna Sant'Ana, 36, já apontam o lápis para as contas de início de ano.
Só na última semana foram anunciados aumentos de energia elétrica, água e transporte público em São Paulo, valendo a partir de janeiro.
Os aumentos vão agravar o tradicional aperto de começo de ano, que traz IPTU, IPVA e material escolar.
Além disso, as perspectivas são que a inflação siga pressionada em 2015.
Para o orçamento de Felipe, uma das piores notícias é o aumento da gasolina: ele vai trabalhar de carro e usa o veículo para levar à escola os filhos Teodoro, 5, e Maria Carolina, 9. Mas a alta do ônibus encarecerá o transporte da doméstica.
A educação dos filhos, item de maior peso no orçamento da família, vai ser reajustada. "Trocamos a Maria Carolina de escola. Nem foi por causa do preço. Mas vamos aproveitar que essa nova escola é um pouco mais barata e usar a diferença para ajudar no curso de inglês", diz Taianna.
O gasto frequente com veterinário devido a uma doença crônica de Tom, o gato de estimação, também será equacionado. "Estou pensando em tirar do veterinário particular e levar a uma clínica de universidade pública."
A economia de água não será tão difícil de atingir, segundo Felipe, porque a família já aprendeu a evitar desperdícios. "Mas a economia de energia é algo que a gente ainda não começou a praticar. Vamos esperar ao longo do ano para entender melhor o impacto desses aumentos."
Em uma simulação realizada pelo professor da FGV e colunista da Folha Samy Dana, um paulistano que tem renda líquida de R$ 7.000 e gastos mensais de R$ 800 com gasolina, R$ 300 de energia, R$ 70 de transporte público, R$ 150 de água e R$ 2.000 em matrículas escolares terá um impacto adicional de quase 7,3% em seu orçamento a partir das próximas semanas, quando os reajustes entrarem em vigor.
Se a renda mensal for de cerca de R$ 5.000, o reflexo inflacionário no bolso sobe para 10%.
O impacto varia conforme a renda e a cesta de consumo, lembra a consultora financeira e colunista da Folha Marcia Dessen. "Cada família tem uma cesta de consumo, que pode ficar muito distante da média."
Dessen diz que, quando a inflação começa a corroer o poder de compra, as famílias têm duas reações: consumir menos ou fazer substituições por itens mais baratos, como trocar carne por frango.
Para Mauro Calil, especialista em investimentos do Banco Ourinvest, o ajuste no orçamento de cada família depende de suas prioridades.
Segundo Calil, principalmente nos três primeiros meses do ano, muitos paulistanos terão de abrir mão de gastos ligados a conforto e lazer.
"Também vai sobrar menos recurso para formar poupança, o que é muito importante em termos macroeconômicos", diz o consultor. "Isso, em última instância, acelera a inflação."


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Qual a sua opinião sobre isso?